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Benefícios do fígado na alimentação

Recentemente, o fígado de boi recebeu o título de "super-alimento". A classificação é atribuída por nutricionistas e cientistas e define ingredientes que devem ser incluídos em dietas saudáveis de alimentação por possuírem uma grande quantidade de nutrientes.

Para se ter uma ideia do potencial nutritivo deste tipo de carne, ela possui 9 dos 11 tipos de vitaminas existentes. Algumas pesquisas indicam que uma porção de 100g de fígado é suficiente para suprir 50% da necessidade diária de proteínas do organismo humano.

Além de fortalecer os músculos e melhorar o fluxo sanguíneo, esse ingrediente nutritivo pode auxiliar até mesmo na prevenção do câncer. Em algumas culturas, ele é tão valioso que mãos humanas não podem tocá-lo. Na China, o manuseio é feito por meio de palitos especiais.

Acompanhe este artigo para conhecer ainda mais benefícios que podem ser obtidos a partir do consumo deste tipo de carne e entender por que ela é tão respeitada em todo o planeta.

Quais as vitaminas presentes no fígado bovino?

O fígado é campeão de vitaminas entre todos os tipos de alimento, deixando de oferecer apenas as C e E. Esta composição resulta em múltiplos benefícios para diversas partes do organismo, fortalecendo seu potencial nutritivo.

Vitamina A

O fígado é um excelente suplemento da vitamina A, contendo este nutriente em uma quantidade maior que alimentos como queijo, ovos, peixe e leite. Famosa por sua composição antioxidante, essa vitamina é responsável por fortalecer o sistema imunológico, evitando a formação de câncer e de úlceras de pele e facilitando o combate à anemia.

De acordo com estudos recentes, ela também pode contra-atacar os efeitos da fumaça do cigarro, reduzindo o risco de enfisema. Além disso, combate infecções e é uma grande aliada na prevenção de cataratas e de degenerações oculares.

Vitaminas B

O fígado bovino também fornece as vitaminas B1, B2, B3, B6, B9 e B12. O complexo auxilia na produção de células vermelhas do sangue, protegendo o sistema nervoso contra derrames e ataques cardíacos e fortalecendo a prevenção de problemas congênitos.

Entre as vantagens nutricionais, estão a possibilidade de evitar problemas como fadiga, confusão mental e alterações de humor. Os compostos associados a essas vitaminas, como folato, riboflavina e niacina, também possuem uma importância vital para a produção de energia, o processamento de carboidratos, a redução dos níveis de colesterol e a quebra do glicogênio.

Além disso, esta carne é rica em selênio (composto B12), que auxilia na redução de condições inflamatórias como asma e artrite e fortalece a restauração das células.

Vitamina D

O fígado é um dos poucos alimentos que são fontes naturais de vitamina D. De acordo com os nutricionistas, uma porção diária de 100g desta carne é suficiente para fornecer 12% da quantidade necessária de nutrientes.

Esta vitamina exerce um importante papel no cuidado dos ossos e dos dentes, ajudando a mantê-los fortes, e é utilizada para o tratamento de doenças autoimunes, como a artrite reumatoide e a esclerose múltipla. Além disso, suas substâncias agem no controle da secreção hormonal.

A deficiência deste nutriente pode facilitar o desenvolvimento de doenças como câncer e depressão, além de provocar abortos no período inicial das gestações.

Outros benefícios

Além de todas as vitaminas, o fígado também possui diversos nutrientes. Uma das suas maiores vantagens é a presença do ferro, que além de auxiliar no combate à anemia, pode aumentar a energia, auxiliar na regulação do ciclo menstrual e fortalecer o tratamento de doenças neurológicas.

Outro diferencial do fígado é o seu fator anti-fadiga. Até o momento, nenhum estudo conseguiu identificar o surgimento desse aspecto, mas o detalhe é tão importante que o torna um dos alimentos favoritos de atletas e fisiculturistas. O potencial foi identificado em meados dos anos 50, mas permanece um mistério até os dias atuais.

A carne também possui uma boa quantidade de cobre, metal que atua como anti-oxidante e contribui para a recuperação dos tecidos, e de zinco, que é muito útil no processo de metabolismo celular, fortalecendo o sistema imunológico e otimizando os processos de produção de DNA e de cicatrização e divisão celular.

Fígado de boi faz mal?

Apesar de ser bastante nutritivo, o fígado pode chegar a fazer mal, caso seja consumido de forma exagerada. Como todos os tipos de alimento, é necessário fazer uma dieta balanceada e sem excessos para evitar possíveis efeitos colaterais, como o aumento do colesterol.

Em alta quantidade, a vitamina A, por exemplo, que está presente na sua composição nutricional, pode causar dores na cabeça, nos ossos e nas articulações, além de tontura, náuseas, ressecamento na pele e queda de cabelo.

Além disso, o ingrediente é rico em purinas, compostos orgânicos que aumentam a quantidade de ácido úrico no corpo e podem agravar casos de gota e pedra nos rins. A Associação Americana do Coração também recomenda que o alimento seja evitado principalmente por pessoas com níveis de colesterol elevado, problemas cardíacos ou excesso de peso.

Nesses casos, o indicado é evitar completamente este tipo de carne, mesmo que em pequenas quantidades. De acordo com os nutricionistas, a recomendação geral é que o fígado seja sempre adquirido de produtores orgânicos (para garantir que não esteja contaminado por toxinas) e que o consumo aconteça, no máximo, uma vez por semana.

A alimentação também deve ser equilibrada e rica em frutas e vegetais, que irão fornecer antioxidantes e auxiliar na desintoxicação do organismo.

Formas de consumo

O modo mais adequado de consumir o fígado bovino é na forma de bife. Dessa maneira, é possível garantir que as suas propriedades nutricionais sejam completamente mantidas.

Para torna-lo mais atrativo, é interessante complementar o preparo utilizando cebolas e manjericão ou recheando a carne com cenoura e bacon. Além disso, há várias receitas que permitem variar as possibilidades de consumo, como empanados e hambúrgueres.

Uma possibilidade mais ousada e menos popular é consumir a carne crua. Apesar da prática não ser recomendada por muitas instituições de saúde, há quem se arrisque. A ideia é poder consumir os nutrientes, mas sem sentir o sabor. Para isso, existem dois métodos básicos: ralar pequenas porções do fígado cru em vitaminas ou na comida ou transformar o fígado congelado em comprimidos.

Com a carne ralada, também é possível adicionar o ingrediente à dieta infantil. A dica é misturar uma ou duas colheres de chá à gema de ovo ou à papinha do bebê.

Fígado bovino engorda?

Para os adeptos de dietas rigorosas de emagrecimento, o fígado pode ser uma ótima opção. Além de rica em vitaminas e nutrientes, essa carne possui uma quantidade de calorias relativamente baixa e se torna uma excelente aliada para uma alimentação mais regrada.

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos, constatou que uma porção de 85g de fígado possui 149 calorias, o que corresponde a pouco mais do que é encontrado nos cortes mais magros de peito de peru ou de um frango sem pele.

A quantidade é menor que a verificada na maior parte das carnes bovinas ou suínas, fazendo com que esse ingrediente se classifique como uma das fontes de proteína mais recomendadas para quem tem o objetivo de emagrecer.

É saudável comer fígado durante a gravidez?

Durante muito tempo, o fígado foi um dos alimentos mais indicados para as grávidas, especialmente por ser um ótimo aliado no combate à deficiência de ferro e ácido fólico. Algumas pesquisas mais recentes, entretanto, afirmam que isso é um mito e apontam que o consumo desta carne durante a gravidez deve ser feito com bastante cuidado.

Uma das maiores preocupações é em relação à ingestão excessiva de retinol, um nutriente presente na vitamina A, que pode estar associado a malformações no feto. Por isso, o recomendado é que o alimento seja evitado durante os meses iniciais da gestação, a fim de diminuir esse tipo de risco.

Além disso, como os antibióticos e outros produtos hormonais utilizados na criação bovina costumam se acumular no fígado dos animais, as grávidas precisam ficar atentas à origem do produto. O ideal é dar preferência aos que tiverem criação sem recurso de produtos farmacológicos para não correr o risco de ingerir toxinas que podem prejudicar o feto.

Em todos os casos, é importante que a dieta no período da gestação e do pós-parto seja acompanhada por um profissional, já que as necessidades podem variar de acordo com cada organismo.

Animais de estimação

Devido ao seu potencial de desintoxicação, o fígado é altamente recomendado para animais, sendo um ingrediente comum em diversas rações. Estudos desenvolvidos recentemente indicam que as vísceras devem compor pelo menos 10% da dieta diária de cães e gatos, atuando como um potente complexo vitamínico.

Por isso, o recomendado é utilizar as partes consideradas impróprios para consumo humano para a produção de rações caseiras para os bichinhos de estimação. Os gatos, em especial, são grandes fãs deste tipo de carne.

O único alerta é em relação à quantidade: é importante que o consumo aconteça de forma moderada e que a alimentação seja complementada com outros ingredientes, já que a ingestão em excesso pode provocar diarreia ou intoxicação por vitamina A.